domingo, 8 de julho de 2012

História ou estória?

Se há algo que apresenta uma grande confusão é a grafia das palavras "história" e "estória". Mas qual é a correta?

História ou estória: como se escreve?

Quem tem um pouco mais de idade aprendeu na escola que só havia a forma "história" para definirmos a "reunião e estudo dos conhecimentos documentados ou transmitidos pela tradição, a respeito do desenvolvimento da humanidade, de uma arte ou ciência, de um período, povo, região, ou indivíduo específicos" (Aulete). O vocábulo "estória" foi proposto para nomear uma narrativa de ficção (termo introduzido no português vindo pelo inglês story). Alguns especialistas pregam que há tal distinção, assim como o fez o grande Napoleão Mendes de Almeida, meu professor e autor de vários livros; outros, entretanto, dizem que como o novo VOLP - Vocabulário Ortográfico de Língua Portuguesa já menciona o termo "estória", coisa que não fazia no passado, não há mais motivo para tal distinção. Há mais um detalhe: em 1962, Guimarães Rosa lançou um livro de contos chamado Primeiras Estórias, alguns contestaram, outros não, afinal era Guimarães Rosa!

Conclusão: sou da opinião que ambos os termos concorrem com a mesma ideia. Atualmente podemos lançar mão de um pelo outro, mas ainda assim prefiro "história" universalmente. Confesso que uso em sala de aula o termo "estória" quando me refiro a um conto, até para suscitar a dúvida em nossos jovens (é uma estratégia para atiçá-los!). Se a dúvida ainda se mantiver em sua mente, opte por "história" que não haverá erro algum. (Robson Gimenes)

Fontes:
1. Aulete Digital - Dicionário Cotemporâneo da Língua Portuguesa.
2. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa (ABL).
3. Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa.
4.Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

"Magnificat"

Magnificat
por Fernando Pessoa
(Heterônimo: Álvaro de Campos)

Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, que tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!


Fernando Pessoa (escritor português, 1888-1935)

sábado, 7 de julho de 2012

O que é VOLP?

Quantas palavras há em língua portuguesa? Aproximadamente 380 mil palavras. E onde você pode encontrá-las? Alguém responderia: em um dicionário! Pense bem! É o local correto, mas um dicionário deste tamanho seria imenso, não é mesmo?

Assim, foi pensado um livro que registra todos os vocábulos (palavras) em língua portuguesa sem apresentar o significado, somente a grafia correta de todas (ou quase todas) de nossa língua. Seu nome Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - o famoso VOLP - e é produzido e editado pela Academia Brasileira de Letras.

O novo VOLP é muito utilizado por professores, escritores, tradutores, revisores e demais especialistas da língua para sanar suas dúvidas quanto à grafia.

VOLP - 5ª Edição

 É um volume com mais de 900 páginas que contém, além da grafia, a pronúncia e a classificação das palavras e expressões do português, e também 1.500 palavras estrangeiras de uso corrente no país.

A nossa sorte, em tempos de internet e acesso fácil às tecnologias, é que para os interessados em utilizá-lo não será necessário comprá-lo (além de poupar R$ 120,00). Basta acessá-lo gratuitamente à página da ABL, cujo link segue abaixo:

Bom uso e bom proveito! (Robson Gimenes)

Mad as a hatter

A expressão inglesa (as) mad as a hatter ("tão louco quanto um chapeleiro") ficou famosa em 1865, quando o escritor inglês Charles Lutwidge Dodgson, mais conhecido como Lewis Carroll, escreveu sobre The Mad Hatter's Tea Party em seu livro Alice no País das Maravilhas

Para quem não sabe, no início do século XIX, os chapeleiros usavam nitrato de mercúrio na feitura dos chapéus de feltro. O produto químico geralmente os intoxicava, causando convulsões e loucura (atualizando: o produto dava barato e os chapeleiros surtavam!). (Robson Gimenes)


He's mad as a hatter!
("Ele é maluco!")

Florence's as mad as a hatter. She's going to cycle alone across Spain!
("Florence é completamente maluca. Ela vai atravessar a Espanha sozinha de bicicleta!") 

Fonte:
Scholes, Jack. Inglês para curiosos. São Paulo, Papier, [s/d].

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Um guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula

Revista Nova Escola - Edição 223 | Junho 2009
 
Um painel para todas as disciplinas mostra quando - e como - as novas ferramentas são imprescindíveis para a turma avançar.
TICs, tecnologias da informação e comunicação. Cada vez mais, parece impossível imaginar a vida sem essas letrinhas. Entre os professores, a disseminação de computadores, internet, celulares, câmeras digitais, e-mails, mensagens instantâneas, banda larga e uma infinidade de engenhocas da modernidade provoca reações variadas. Qual destes sentimentos mais combina com o seu: expectativa pela chegada de novos recursos? Empolgação com as possibilidades que se abrem? Temor de que eles tomem seu lugar? Desconfiança quanto ao potencial prometido? Ou, quem sabe, uma sensação de impotência por não saber utilizá-los ou por conhecê-los menos do que os próprios alunos?
 
Se você se identificou com mais de uma alternativa, não se preocupe. Por ser relativamente nova, a relação entre a tecnologia e a escola ainda é bastante confusa e conflituosa. NOVA ESCOLA quer ajudar a pôr ordem na bagunça buscando respostas a duas questões cruciais. A primeira delas: quando usar a tecnologia em sala de aula? A segunda: como utilizar esses novos recursos?
 
Dá para responder à pergunta inicial estabelecendo, de cara, um critério: só vale levar a tecnologia para a classe se ela estiver a serviço dos conteúdos. Isso exclui, por exemplo, as
apresentações em Power Point que apenas tornam as aulas mais divertidas (ou não!), os jogos de computador que só entretêm as crianças ou aqueles vídeos que simplesmente cobrem buracos de um planejamento malfeito. "Do ponto de vista do aprendizado, essas ferramentas devem colaborar para trabalhar conteúdos que muitas vezes nem poderiam ser ensinados sem elas", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA.
 
Da soma entre tecnologia e conteúdos, nascem oportunidades de ensino - essa união caracteriza as ilustrações desta reportagem. Mas é preciso avaliar se as oportunidades são
significativas. Isso acontece, por exemplo, quando as TICs cooperam para enfrentar desafios atuais, como encontrar informações na internet e se localizar em um mapa virtual. "A
tecnologia tem um papel importante no desenvolvimento de habilidades para atuar no mundo de hoje", afirma Marcia Padilha Lotito, coordenadora da área de inovação educativa da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Em outros casos, porém, ela é dispensável. Não faz sentido, por exemplo, ver o crescimento de uma semente numa animação se podemos ter a experiência real.
 
As dúvidas sobre o melhor jeito de usar as tecnologias são respondidas nas próximas páginas. Existem recomendações gerais para utilizar os recursos em sala. Mas os resultados são melhores quando é considerada a didática específica de cada área. Com o auxílio de 17 especialistas, construímos um painel com todas as disciplinas do Ensino Fundamental. Juntos, teoria, cinco casos reais e oito planos de aula (três na revista e cinco no site) ajudam a mostrar quando - e como - computadores, internet, celulares e companhia são fundamentais para aprender mais e melhor. 

NOVE DICAS PARA USAR BEM A TECNOLOGIA

O INÍCIO: Se você quer utilizar a tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências bem-sucedidas de colegas.
O CURRÍCULO: No planejamento anual, avalie quais conteúdos são mais bem abordados com a tecnologia e quais novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem
ser inseridas.
O FUNDAMENTAL: Familiarize-se com o básico do computador e da internet. Conhecer processadores de texto, correio eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio mínimo.
O ESPECÍFICO: Antes de iniciar a atividade em sala, certifique-se de que você compreende as funções elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na
aula.
A AMPLIAÇÃO: Para avançar no uso pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo (programa de inclusão digital do MEC) são boas opções.
O AUTODIDATISMO: A internet também ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento de programas e recursos.
A RESPONSABILIDADE: Ajude a turma a refletir sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o nível de exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por aquilo que publica.
A SEGURANÇA: Discutir precauções no uso da internet é essencial, sobretudo na comunicação online. Leve para a classe textos que orientem a turma para uma navegação segura.
A PARCERIA: Em caso de dúvidas sobre a tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não é sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá respeitado pela turma.
 
Fontes:
Adriano Canabarro Teixeira, especialista de Educação e tecnologia da UFRGS;
Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação da Universidade Mackenzie; e 
Roberta Bento, diretora da Planeta Educação.

Inovação Tecnológica em Educação


O grupo Next Generation Forum (1999: 46) sugere cinco etapas para “a adoção da tecnologia pelos professores”:

Ingresso: os estudantes aprendem a usar as tecnologias. É um aprendizado baseado na liberdade de exploração, de experimentação e na perda do medo da nova ferramenta. Nessa etapa introdutória, a inovação se aproxima mais de suas dimensões instrumentais. É preciso se familiarizar com as teclas e botões.

Adoção: os professores utilizam as novas tecnologias como apoio para o ensino tradicional. As mesmas atividades continuam sendo feitas, mas, agora, com a nova máquina ou instrumento. Trata-se da confirmação pessoal de que cada usuário pode continuar fazendo o que tradicionalmente fazia.

Adaptação: a tecnologia é utilizada para enriquecer o programa de estudos e também o repertório de atividades ou tarefas que cada um dos participantes deve realizar ou usualmente realiza. Esta etapa consiste em que os usuários comecem a entender que a inovação, além de permiti-lhes fazer as mesmas coisas do passado, lhes permite realizar outras novas ou as mesmas de diferente maneira. Só dessa forma poderão perceber as vantagens da inovação.

Apropriação: a tecnologia é integrada e utilizada em função da sua especificidade. É nesse momento que realmente a inovação incorpora-se ao uso cotidiano dos participantes. Percebe-se que a inovação possibilita novas atividades, permite maior eficiência na resolução das tarefas e é um apoio para o trabalho a fazer. 

Invenção: os professores e estudantes descobrem novas aplicações para essas tecnologias, objeto da inovação. É uma dimensão muito criativa dos participantes; eles inventam novos usos, inclusive, usos que não foram considerados inicialmente pelos criadores ou introdutores, usos impensados, mas viáveis.

Escrito por Guillermo Orozco Gómez (trad. de Ana Paula Neves).

Mussarela ou muçarela?

De repente, você vai a uma pizzaria com alguns amigos e observa no cardápio: pizza de mussarela! Está correto?

Mussarela ou muçarela: como se escreve?

Este queijo de leite de vaca ou búfala bem comum na culinária italiana, no original em italiano, é escrito "mozzarèlla". A partir daí, seja pelo desconhecimento da língua ou de suas regras, passou por várias alterações em sua grafia (mozzarela, muzzarella, mussarela, mozarela, muçarela etc.). Uma vez que o vocábulo foi aportuguesado e o duplo "z" do italiano se transforma em "ç" (em português), o correto em português é muçarela. E isso pode ser comprovado através dos dicionários Aurélio, Aulete, Academia Brasiliera de Letras, Houaiss e, principalmente, em nosso Volp (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa).

Ainda que o uso consagrado leve ao erro, difícil será convencer os donos de pizzarias e sobretudo seus frequentadores quanto à correta grafia; quem puder que o tente. Nossa língua portuguesa, a Flor do Lácio, agradecerá imensamente! (Robson Gimenes)

Fontes:
1. Aulete Digital - Dicionário Cotemporâneo da Língua Portuguesa.
2. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa (ABL).
3. Prof. Laércio Lutibergue (http://www.portuguesnarede.com).
4. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

Colégio Delta - O início de uma nova jornada

Nesta data, inicio uma nova jornada profissional no Colégio Delta, em São Paulo.  Muitos desafios pela frente. Muita disposição em aprender ...