segunda-feira, 24 de setembro de 2007

"A Paz do Mundo e a Paz Interior"

A Paz do Mundo e a Paz Interior
por Eduardo Samuel Ferreira

Mesmo num ambiente conturbado
é possível ter paz interior.
Mas é muito difícil manter o equilíbrio
com aquilo que nos desagradou.

Será impossível ter paz mundial enquanto
houver divergências religiosas, sociais e morais.
O que num país é aceito
no outro não se quer mais.

Existe país pacífico,
mas é uma exceção.
Numa casa conturbada, pode nascer um ser
que agirá com razão.

Se o mundo tivesse paz,
não teríamos a ira da natureza.
Se os homens tivessem paz interior, as luzes dos
presídios não estariam acesas.

Aquele que proporciona a Guerra Mundial
é o mesmo que não tem paz interior.
Se o mesmo entendesse Jesus,
não proporcionaria tanta dor.


Eduardo Samuel Ferreira
(poeta brasileiro, 1968)

domingo, 23 de setembro de 2007

Píramo e Tisbe

   

   Píramo era o mais belo jovem e Tisbe, a mais formosa donzela em toda a Babilônia, onde Semíramis reinava. Seus pais moravam em casas contíguas; a vizinhança aproximou os dois jovens e o conhecimento transformou-se em amor. Seriam venturosos se se casassem, mas seus pais proibiram. Uma coisa, contudo, não podiam proibir: que o amor crescesse com o mesmo ardor no coração dos dois jovens. Conversavam por sinais ou por meio de olhares, e o fogo se tornava mais intenso, por ser oculto.

   Na parede que separava as duas casas, havia uma fenda provocada por algum defeito de construção. Ninguém a havia notado antes, mas os amantes a descobriram. Que há que o amor não descubra? A fenda permitia a passagem da voz; e ternas mensagens passaram nas duas direções, através da fenda. Quando Píramo e Tisbe se punham de pé, cada um de seu lado, suas respirações se confundiam.

   - Parede cruel! - exclamavam. - Por que manténs separados dois amantes? Mas não seremos ingratos. Devemos-te, confessamos, o privilégio de dirigir palavras de amor a ouvidos complacentes.

   Diziam tais palavras, cada um de seu lado da parede; e, quando a noite chegava e tinham de dizer adeus, apertavam o lábio contra a parede, ela do seu lado, ele do outro, já que não podiam aproximar-se mais.

   De manhã, quando a aurora expulsara as estrelas e o sol derretera o granizo nas ervas, os dois encontraram-se no lugar de costume. E então, depois de lamentarem seu cruel destino, combinaram que, na noite seguinte, quando tudo estivesse quieto, eles se furtariam aos olhares vigilantes, deixariam suas moradas, dirigir-se-iam ao campo e, para um encontro, iriam ter a um conhecido monumento que ficava fora dos limites da cidade, chamado o Túmulo de Nino, e combinaram que aquele que chegasse primeiro esperaria o outro, junto de uma certa árvore. Era uma amoreira branca, próxima de uma fonte. Tudo ficou combinado e os dois aguardaram, impacientes, que o sol se escondesse sob as águas e que à noite delas se levantasse. Então, Tisbe ergueu-se, cautelosamente, sem ser observada pela família, cobriu a cabeça com um véu, caminhou até o monumento e sentou-se embaixo da árvore. Enquanto estava ali sentada, sozinha, à luz difusa da noite, avistou uma leoa, que, com a boca ensanguentada por uma presa recente, aproximava-se da fonte, para matar a sede. Ao vê-la, Tisbe fugiu e refugiou-se numa gruta, deixando cair o véu quando fugia. A leoa, depois de saciar a sede na fonte, virou-se para voltar aos bosques, e, ao ver o véu no chão, investiu contra ele e despedaçou-o, com sua boca ensangüentada.

   Píramo, que se atrasara, aproximou-se, então, do local do encontro. Viu, na areia, as pegadas da leoa e o sangue fugiu-lhe das faces. Logo em seguida, encontrou o véu, dilacerado e cheio de sangue.

   - Desventurada donzela! - exclamou. - Fui a causa de tua morte! Tu, mais digna de viver que eu, caíste como primeira vítima. Seguir-te-ei. Fui o culpado, atraindo-te a um lugar tão perigoso, e não estando ali eu próprio a guardar-te. Vinde, leões, dos rochedos e despedaçai com vossos dentes este corpo maldito!

   Apanhou o véu, levou-o até a árvore onde fora combinado o encontro, e cobriu-o de beijos e lágrimas.

   - Meu sangue também manchará teu tecido - exclamou.

   E arrancando a espada mergulhou-a no coração. O sangue esguichou da ferida, tingiu de vermelho as amoras brancas da árvore, e, penetrando na terra, atingiu as raízes, de modo que a cor vermelha subiu, através do tronco, até o fruto.

  Enquanto isso, Tisbe, ainda trêmula de medo, e não desejando, contudo, desapontar o amante, saiu cautelosamente, procurando o jovem com aflição, ansiosa por contar-lhe o perigo que atravessara. Ao chegar ao local e vendo a nova cor das amoras, duvidou que estivesse no mesmo lugar. Enquanto hesitava, avistou um vulto que se debatia nas vascas da agonia. Recuou, e um tremor percorreu-lhe o corpo todo, como a água tranquila se encrespa ao ser atingida por uma lufada repentina de vento. Logo, porém, reconheceu o amante, gritou e bateu no peito, abraçando-se ao corpo sem vida, derramando lágrimas sobre as feridas e beijando os lábios frios.

   - Píramo, quem te fez isto? - exclamou. - Responde, Píramo! É tua Tisbe quem fala. Sou eu, a tua Tisbe, quem fala. Ouve-me, meu amor, e ergue esta cabeça pendente!
   
   Ao ouvir o nome de Tisbe, Píramo abriu os olhos e fechou-os de novo. A donzela avsitou o véu ensanguentado e a bainha vazia da espada.

   - Tua própria mão te matou e por minha causa - disse. - Também posso ser corajosa uma vez, e meu amor é tão forte quando o teu. Seguir-te-ei na morte, pois dela fui a causa; e a morte, que era a única que nos podia separar, não me impedirá de juntar-me a ti. E vós, infelizes pais de nós ambos, não negueis nossas súplicas conjuntas. Como o amor e a morte nos juntaram, deixai que um único túmulo nos guarde. E tu, árvore, conserva as marcas de nossa morte. Que tuas frutas sirvam como memória de nosso sangue.

   Assim dizendo, mergulhou a espada no peito.

  Os pais ratificaram seu desejo, e também os deuses. Os dois corpos foram enterrados na mesma sepultura, e a árvore passou a dar frutos vermelhos, como faz até hoje.

*** Comentários ***

   Moore, na "Batalha da Sílfide", referindo-se à lâmpada de segurança de Davy, relembra a parede que separava Tisbe de seu amante.

"Bendita a gaze de metal tão fina Seguro protetor;
Com que Davy rodeia, e que domina
O fogo destruidor.
Através da parede, a todo o instante,
Podem a Chama e o Ar, como podiam Tisbe e seu amante,
Se ver, mas não beijar."

   Nos Lusíadas, há a seguinte alusão indireta ao episódio de Píramo e Tisbe e à metamorfose das amoras, quando o poeta descreve a Ilha dos Amores:

"Os dons que dá Pomona, ali natura
Produz diferentes nos sabores,
Sem ter necessidade de cultura,
Que sem ela se dão muito melhores;
As cerejas purpúreas na pintura;
As amoras, que o nome têm de amores;
O pomo, que da pátria Pérsia veio,
Melhor tornado no terreno alheio."

   Se o leitor tem tão pouco coração que se disponha a dar algumas gargalhadas à custa dos desventurados Píramo e Tisbe, terá oportunidade de fazê-lo recorrendo à comédia de Shakespeare, Sonho de Uma Noite de Verão, onde o episódio é apresentado de forma divertida.

Fonte:
Bulfinch, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.

domingo, 9 de setembro de 2007

Instrução para a confecção de trabalhos - ABNT

INSTRUÇÃO PARA A CONFECÇÃO DE TRABALHOS - ABNT
Prof. Robson Gimenes


Capa

A Capa contém geralmente os seguintes elementos:
Nome da Escola - o qual deve ser escrito com uma distância (margem) de 3,5 cm a partir da borda superior do papel;
Título do trabalho - o qual deve ficar situado no centro ou um pouco acima do centro da folha e escrito em letras com destaque (todas maiúsculas), mas nada de exagero;
Nome de Aluno (ou dos alunos, se for Trabalho de Equipe) - o qual deve ser escrito abaixo do título (cerca de 3 cm) e à direita;
Nome da cidade e o Ano - o nome do lugar deve ser escrito com uma distância (margem) de 2,5 cm a partir da borda inferior, e logo abaixo, centralizado, o ano.

Página de Rosto

A Página de Rosto contém: os elementos essenciais para identificação do Trabalho, que são praticamente os mesmos escritos na Capa, acrescidos da identificação estudantil do autor ou autores (curso, turma, turno e número) e da identificação do professor e da disciplina.

Sumário

O Sumário contém a relação dos itens que compõem o Trabalho, com os respectivos números das folhas em que se encontram distribuídos no texto. Basta citar o número da folha a partir da qual o item ou divisão se inicia. Use Sumário em vez de Índice, pois este é uma lista detalhada dos assuntos em ordem alfabética com indicação de sua localização no texto. O Sumário é o esquema do trabalho. É bom ter cuidado para não errar na numeração. O nome Sumário deve ser escrito com uma margem de 5 cm a partir da borda superior da folha e centralizado. Se o aluno optar por Índice e o professor não fizer nenhuma restrição, não há o que se discutir. O importante é que os itens ou divisões do trabalho sejam reunidos numa parte ou seção do trabalho com o nome de Sumário (preferencialmente) ou Índice.

Corpo

Bibliografia

Também se diz Fontes de Consulta. Aqui devem ser relacionadas todas as publicações (livros, revistas, jornais etc.), que foram consultadas e das quais se retirou alguma coisa para elaboração do Trabalho. Existem normas sobre este assunto. Livro
FONSECA, Oswaldo Teles. Biologia. 5a. ed. São Paulo: Ativa,
1994. 320p.
Quando houver mais de uma palavra no título, ela vem com minúscula: Biologia marinha. Os outros nomes só têm inicial maiúscula quando se tratar de nomes específicos, como nome de pessoas por exemplo.
Quando o livro foi escrito por dois autores, é referenciado assim: MARQUES, José & LUSTOSA, João. (etc.). Sendo mais de dois autores, geralmente é citado o nome de apenas um autor acrescido de et al ou et alii (expressão latina que significa “e outros”). Exemplo: FONSECA, José Pereira et al ou então: FONSECA, José Pereira et alii. acima).
Enciclopédia
Enciclopédia Delta. Vol. 13. São Paulo, Editora Delta, 1995.
565p.
Revista (ou jornal)
VEJA. N.º 52, 23 de maio de 1996. Abril, São Paulo. p.23-25.
DIÁRIO DO NORDESTE. Nº 115. 12 de agosto de 1993.
Editora Verdes Mares, Fortaleza. p. 3.
Pagina eletrônica (site ou blog da internet)
http://www.profrobsonbgimenes.blogspot.com
Às vezes, é difícil, mas procure encontrar em algum lugar do site (ou blog) o autor do texto de que fará uso e uma data (para contextualizar a sua pesquisa no tempo e no espaço).


Lembre-se que copiar e não mencionar a fonte, além de ser um ato injusto para com o autor, é crime para quem copiou (xerocou, escaneou ou qualquer outro ato ílicito que não mencionado).

6º Ano A/C 2023 - Trabalho do Livro "O pequeno príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry

  Pessoal: Faremos um mapa mental como trabalho do livro "O pequeno príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry. Usar LETRA LEGÍVEL. Po...