Conforme o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem no Brasil 896,9 mil índios, que formam 305 etnias no nosso território, das quais a maior é a tikuna, com 46.045 indivíduos, ou seja, 6,8% da população indígena brasileira.
Nestas comunidades, existem cerca de 274 línguas indígenas faladas, sem contar as de índios isolados que, por estarem sem contato algum com a sociedade urbanizada, não puderam ainda ser conhecidas e estudadas. Estima-se que, na época do descobrimento do Brasil, havia cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes. Aproximadamente mil delas se perderam por vários motivos, entre os quais a morte dos índios, em consequência de epidemias, extermínio, escravização, falta de condições para sobrevivência e aculturação forçada.
Existem dois grandes troncos de línguas indígenas no Brasil, o Tupi e o Macro-Jê, além de outras famílias linguísticas faladas: o karib, pano, maku, yanoama, mura, tukano, katukina, txapakura, nambikwara e guaikuru.
Algumas línguas indígenas se ramificam em diferentes dialetos, como por exemplo, os falados pelos krikatí, ramkokamekrá, pükobyê, apaniekrá (Maranhão), apinayé, krahó e gavião (Pará), todos pertencentes à língua timbira.
Entre os nove grupos de índios de Pernambuco, apenas os Fulni-ô ainda cultivam sua língua nativa, o yathê, como forma de comunicação, o que os ajuda a conservar sua identidade cultural. As outras comunidades – Atikum, Kambiwá, Kapinawá, Pankararu, Tuxá, Truká, Xucuru e Pipipã – falam o português.
O convívio permanente dos índios com a nossa sociedade faz com que eles acabem por perder sua língua original, passando a falar apenas o português. De algumas ainda restam vocábulos e informações esparsas, mas de outras não ficaram sequer resquícios, o que se significa uma grande perda cultural. Cada uma delas expressava toda uma forma de vida, os usos e costumes de um povo, uma cultura e uma forma única de expressar o seu mundo.
Fonte: Editora Peirópolis.